"

O coletivo ‘’Covilhã a Marchar’’ dinamizou a segunda marcha pelos direitos LGBTQIAP+ no dia 27 de maio, na Covilhã.

‘’No distrito de Castelo Branco não havia marcha. Também continua a não haver na Guarda… Então a marcha surgiu de uma vontade de criar algo que pudesse ter impacto e trazer uma certa conscientização sobre os direitos LGBTQIAP+ para uma cidade do interior que ainda é bastante conservadora, como todas as cidades do país’’ afirma Daniel Silva, membro do ‘’Covilhã a Marchar’’.

Além disso, o responsável indica que ‘’o que nós fazemos na Covilhã é realmente diferente e disruptivo também: estabelecemos uma certa disrupção com esse conservadorismo um bocado latente que está muito entranhado na sociedade’’.

Daniel Silva refere que a marcha do ano passado ultrapassou as expetativas do coletivo, dado que não eram conhecidos e apenas tiveram três meses para a mobilização. Para o responsável, “mais importante do que a adesão é mantermos este trabalho.’’

‘’Eu já me assumi há muitos anos, mas só recentemente me assumi à minha mãe e à minha madrinha e eu penso que a marcha é um movimento que consegue agrupar todas as pessoas que ainda não se assumiram e as que já se assumiram. Acho que é importante e pertinente para todas essas pessoas, visto que nos consegue unir e pode ser visto como um porto seguro para muita gente que ainda não está segura daquilo que é, porque muitas das vezes eu senti-me rotulado antes de saber quem eu era’’, afirma Tiago Araújo, aluno do curso de Ciências da Comunicação na UBI.

Tiago Araújo participou pela terceira vez numa marcha, sendo que as duas primeiras em que marchou foram no Porto, logo depois de se ter assumido: ‘’foram das melhores experiências da minha vida, pois eu senti-me mesmo seguro, apesar de ter sofrido alguns ataques homofóbicos’’.

O grupo ‘’Covilhã a Marchar’’ foi criado por jovens universitários em 2022 e luta pela reivindicação dos direitos LGBTQIA+, mas também pela causa feminista e pelo movimento estudantil.

Artigo redigido por Sofia Pereira